sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Manipulação

Somos seres humanos que nada sabemos da vida, conduzidos por inúmeras influências que nos vão construindo ou destruindo. Somos seres individuais que em sociedade sofremos alterações aqui e ali porque lemos uma revista ou vimos um filme que nos imprimiu algo que até então desconhecíamos. É certo que a educação seja um processo social que nos desenvolve a todo o instante, porém, a panóplia de experiências que nos são induzidas tornam-se condições sociais, ou seja, somos seres racionais que perdemos a cabeça, ditamos a exclusão social, não aceitamos que o outro possa ser diferente - «Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar» (Carlos Drummond de Andrade). Somos um povo manipulado, susceptível de alterar hábitos, comportamentos, virtudes, que frequentemente são reflectidos por indecisões de certas linguagens políticas. Nada garante que o que digo hoje seja verdadeiro porque amanhã agirei incoerentemente com o que disse ontem. Estamos a ser manipulados como marionetes onde a cada corda que é puxada se sente uma nova influência ou uma nova verdade, ou uma nova mentira que nos faz sentir seres superiores ou diferentes de todos os outros, mas no fundo somos todos iguais. Eles têm-nos nas mãos e accionam as nossas atitudes como um jogo. Confortamo-nos em não pensar ou agir, e deixamo-nos levar pelo caminho mais fácil comprando ou arrendando um pensamento. Assim, «o homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem, uma corda por cima do abismo» (Friedrich Nietzsche). Podemos ser melhores do que aquilo que fazem de nós. Há políticas que semeiam falta de bom-senso e não grandeza no espírito.

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